Eduardo Sá dispensa apresentações. Em entrevista ao jornal i, o psicólogo fala sobre as crianças, sobre a educação e muito mais. Escolhemos algumas das frases que mais dão que pensar.
"Tenho medo até dos pais que querem preparar-se tão bem que, de repente, perdem a hipótese de aproveitar tudo o que é equipamento-base: o sexto sentido e uma capacidade absolutamente comovente de criar laços." "Costumo dizer que só começamos a ser pais ao segundo filho; o primeiro é sempre uma criança em perigo. Mistura-se tudo: os pais que tivemos, os pais que desejávamos ter tido, os pais que desejávamos ser, os filhos que imaginamos construir. Preocupa-me que os pais transformem os filhos quase num projecto de carreira e que não lhes dêem espaço para crescerem como deve crescer, com regras mas com liberdade, com espaço para todos errarem." "(...) às vezes, fala-se às crianças como se fossem mais ou menos débeis, quando elas são brilhantes na acutilância com que percebem as coisas." "Costumo dizer que acho que a escola devia fechar para balanço e abrir com nova gerência." "Acho uma patetice separar o ensino obrigatório da educação infantil, que devia ser tendencialmente gratuita e para todos. Devia ser proibido ensinar a ler e escrever nos jardins-de-infância. De repente, estamos a espatifar um recurso fundamental: não é pelo facto de as crianças serem bons macacos de imitação que aprendem a pensar e, ao ensinar escrita e leitura aos quatro anos, estamos a impedi-las de ter essa experiência profunda na idade certa. Acho que devia ser proibido haver turmas de primeiro e turmas de segundo nível e ser possível haver escolas só de raparigas e só rapazes." "Acho que, se queremos acarinhar o sucesso educativo, devíamos acabar com aulas expositivas de 90 minutos e recreios de 10 minutos, quando brincar devia ser património da humanidade. A escola teima em estragar a criatividade das crianças."
0 Comments
Your comment will be posted after it is approved.
Leave a Reply. |
Categorias |