Continuamos aquilo a que nos propusemos: dar a conhecer alguns dos pais das nossas crianças. Pelo que fazem, pelo que pensam e com quem todos podemos aprender. As perguntas são da Graça Romano e as respostas de hoje não deixam margens para dúvidas… é precioso o tempo e é preciosa a partilha. Uma das tantas mulheres que divide o seu dia com a profissão, com a maternidade e o seu próprio crescimento como pessoa é a mãe do Simão que tem 6 anos. Saiba mais sobre Elsa Barão, uma das nossas super-heroínas! Quem é a Elsa? Eu? Mulher-mãe-e-tantas-outras-coisas. Adoro viver e rir. Amo os meus filhos e privilegio acima de tudo o respeito. Entre as pessoas... Entre todas as pessoas. Facilita tudo. Com que idade foste Mãe? Da Leonor aos 35 e do Simão… “É agora ou nunca!” disse na altura, aos 39. Notaste muita diferença para a maternidade do teu segundo filho? Sim notei grande diferença a vários níveis. As verdades da medicina mudaram em muitas frentes; em apenas 4 anos tinha acesso a exames mais detalhados por exemplo; em apenas 4 anos o bebé afinal já não precisava ser deitado de lado mas sim para cima (risos) e acima de tudo, notei grandes diferenças no meu corpo de mulher. A segunda gravidez, embora sem problemas, fez-se notar mais embora também muito prazerosa. Como tem sido o envolvimento da tua família no desenvolvimento dos teus filhos? Que impacto é que isso tem na tua vida? Fundamental. A educação partilha-se. Os meus filhos serão certamente pessoas melhores e com mais “mundo” pelo contacto permanente com os outros elementos da família. Para além da preciosa ajuda na logística da correria do dia-a-dia há carinho extra partilhado e isso… vale ouro como todos sabemos. Conta-nos um pouco sobre a tua vida profissional. Trabalho no Teatro São Luiz no coração da cidade, no gabinete de comunicação. Dizemos ao mundo o que ali se passa e porque vale tanto a pena conhecer aquele Teatro, a sua beleza e a programação com tantas e tão desafiadoras propostas artísticas, também para os mais novos. Aliciamos os jornalistas a divulgarem os espectáculos; tratamos das redes sociais e do site do Teatro e produzimos toda a espécie de material gráfico informativo e até lúdico de cada um dos espectáculos apresentados: cartazes, folhas de sala, marcadores de livros, mupis, postais e outros. Pensamos toda a estratégia de comunicar o Teatro à cidade e ao mundo; todas as acções que permitam dar a conhecer as obras e os criadores que ali se apresentam. Em virtude do teu trabalho acabas por fazer muitos programas culturais com os teus filhos? Estou naturalmente mais atenta ao que acontece e a exigência (artisticamente falando) acaba por ser um pouco maior da minha parte; mas quero absolutamente que eles brinquem, principalmente ao ar livre e que vivam ao seu ritmo os momentos próprios da idade deles. Essa felicidade não tem preço. O Teatro, a arte de fazer de conta, inspira-te na forma como educas? Há tanta verdade no teatro (sorriso)… talvez não tenha consciência disso mas posso dizer SIM. Não necessariamente o teatro mas a ARTE. Sou melhor pessoa, sou mais feliz porque leio um livro, porque vejo um espectáculo, porque oiço aquela música, assisto aquele concerto… e devo passar esse gozo. Espero que os meus filhos aprendam mais e melhor. Dirias que a Educação contemporânea tem muito de obrigação e pouco de lazer? Dependemos muito da boa vontade dos educadores em geral. É bom depender do que um professor, do que um educador tem para oferecer mas infelizmente não temos um sistema educativo que sustente essa vontade de partilha de conhecimento que os nossos profissionais têm para dar. O espaço escola é, em sentido lato, pouco impulsionador e pouco ousado. O ensino artístico por exemplo… é praticamente inexistente. Uma tristeza. Que competências fundamentais tens a preocupação que os teus filhos desenvolvam? Mais que competências, valores… Querer saber e aprender; não terem medo de falhar; respeitar os outros, todos, altos, baixos, gordos, magros, amarelos ou azuis, com e sem dentes (risos). E depois... o empenho, querer fazer bem feito seja o que for; ter brio e amor-próprio. O que achas do nosso ensino público em geral e da vida escolar da nossa escola de S. Pedro em particular? Achas que num futuro próximo continuarão a existir os tradicionais TPC? Os TPC ou a forma como são usados não deveriam existir! O nosso sistema é casmurro! Podem mudar umas vírgulas mas continuamos a ter acesso a manuais diferentes todos os anos, continuamos a gastar dinheiro em banalidades e que seria precioso para formar mais e melhor os profissionais da educação, criar espaços verdes e ensinar a música às nossas crianças. Isto em traços gerais, muito mais haverá para dizer sobre esta matéria. Na tua dinâmica familiar o que representam os TPC? Representam o envolvimento da família toda. A falta de tempo para se brincar mais, conversar mais e partilhar mais… o passar do nosso conhecimento para os nossos filhos, a possibilidade de os ajudar a aprender a estudar, ficam “fechados” na encomenda de TPC diários que não cumprem o propósito. Um plano a médio prazo?
Sempre: ter mais tempo para os meus filhos e para mim como mulher. 1 livro que recomendarias a todos os Pais? Aos pais para lerem com os filhos: Com o Tempo de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso, Ed. Planeta Tangerina … O tempo muda-nos. Muda as coisas à nossa volta. Transforma tudo… 1 passeio de família a não perder? Destino praia da Adraga por Sintra. Brincar na areia, olhar aquele mar grande e tantas vezes feroz. Paragem obrigatória no restaurante da praia (porque nós merecemos!) Regresso pela costa do Guincho. Haveria tantas outras belíssimas propostas… 1 mensagem? Abrace de-mo-ra-da-men-te o seu filho. Hoje, amanhã, depois e sempre. Sem pressa.
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