Pais e professores acordaram fazer um debate alargado com toda a comunidade educativa para perceber o que está mal na educação e que alterações são necessárias para obter melhores resultados no ensino em Portugal.
O debate foi proposto pelo vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) numa reunião com a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que logo concordou com a necessidade de envolver pais, professores e alunos numa discussão sobre o atual sistema educativo, cujos resultados cheguem à tutela. As duas estruturas partilharam várias preocupações sobre o processo de avaliação de professores, a precariedade na profissão, as alterações previstas ao modelo de educação especial com a criação de unidades multideficiência e a mobilidade especial a ser aplicada no início de fevereiro e que, segundo a Fenprof, coloca em risco 597 professores. A municipalização do ensino, cujo processo “tem decorrido num quadro de secretismo”, foi outro dos temas debatidos pelas duas estruturas. “A municipalização não é a descentralização. O que estão a fazer é retirar competências às escolas para dar às câmaras (…) que, sozinhas, poderão decidir até aspetos pedagógicos”, criticou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, para quem o processo irá não só “acentuar assimetrias”, mas também levar a uma “quebra de financiamento atribuível às câmaras” e, por fim, à “privatização do ensino”. Manuel Carlos, da Confap, afirmou ser “indiderente que [o modelo] seja centralizado ou municipalizado (…) desde que seja comunitário e o resultado for diferente, pela positiva”. Os representantes das Associações de Pais criticaram o “estado cristalizado” nos procedimentos e metodologias do sistema educativo que deve ser repensado perante os sucessivos maus resultados. E se a Fenprof adiantou que, este ano letivo, quer “fazer uma marcha em defesa da escola pública que una professores, estudantes e pais numa só voz a dizer que a educação tem uma importância muito grande”, já a Confap defendeu que, “em vez de pensar numa marcha ou manifestação ou greve”, os profissionais de educação deveriam “convidar toda a comunidade para um debate”, num “grande evento que falasse ao ministro” da tutela. A necessidade de um debate alargado para descobrir uma forma diferente de fazer escola, com a presença de todos os elementos da comunidade educativa e a sua ampla difusão, foi a conclusão da reunião de mais de duas horas entre a Confap e a Fenprof, também acompanhada por sete organizações sindicais, tendo o mês de abril sido apontado como primeira escolha para a realização desse encontro. Pais e professores concordaram ainda que devem “unir vozes” e dar “respostas conjuntas” perante as situações que consideram preocupantes, para assim conseguirem “fazer finca pé” junto da tutela In Lusa
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